Governo acelera reforma da Previdência e sindicatos vão a Brasília nesta terça

O sindicalismo acelera as ações contra a reforma da Previdência de Temer, contida na PEC 287/2016. Até porque, sob pressão do grande capital, o governo apressa a tramitação da matéria. A Comissão Especial na Câmara já funciona. E é com essa Comissão que o movimento sindical passa a tratar a partir desta terça (14).

Hoje, às 14 horas, as Centrais Sindicais estarão em Brasília para corpo a corpo com os 36 membros da Comissão Especial. Para Adílson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil) não há tempo a perder. “Não só temos que agir de pronto como chegar à Comissão falando a mesma linguagem, ou seja, de que não aceitamos corte em direitos e garantias”, ele diz.

Segundo o dirigente da CTB, há várias iniciativas que se opõem à PEC governista, entre elas as emendas do deputado Paulinho da Força (SD-SP) e também substitutivo de entidades da sociedade civil, coordenado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nacional.

A iniciativa já conta com apoio da Nova Central Sindical dos Trabalhadores. Em nota, a entidade explica: “No momento, o substitutivo apresenta-se como uma saída viável para se contrapor à PEC. Eventuais emendas soltas dificilmente serão acatadas, em função do esforço do governo em aprovar essa trágica reforma previdenciária contida em sua PEC”.

Diz, ainda: “Concluímos que o mencionado substitutivo engloba propostas que garantem a função social da Previdência, contemplando e preservando direitos históricos dos trabalhadores”.

Diap - Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), dirigente do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Experiente no que diz respeito às tratativas e encaminhamentos dentro do Congresso Nacional, ele alerta que as Comissões já estão instaladas, sob orientação cerrada do governo, que tem franca vantagem na composição.

Ele observa que “as comissões obedecem ao critério de representatividade de cada partido, e nisso a base governista tem ampla vantagem”.

Substitutivo - Segundo Toninho, o substitutivo das entidades, como a OAB nacional, embora mantenha a mudança da idade mínima, avança ao propor que mudanças só sejam aplicadas a quem ingressar no mercado de trabalho.

Para o dirigente do Diap, também é positivo que o texto “não só mantenha o princípio do Estado de bem-estar social da Constituição de 1988, como também acrescenta princípios que reforçam as garantias da nossa Carta Magna”.

Eduardo Annunciato, Chicão , presidente da FENATEMA e dos Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, afirma que os trabalhadores Eletricitários atenderam ao chamado de luta do Sindicato e firmaram o compromisso de não arredar o pé contra a retirada de direitos, dando voto favorável à participação numa greve geral. “Este bando de safados só vai se lembrar da gente quando pararmos o Brasil por um dia”, explicou Chicão. “Nós somos os Eletricitários e este país não funciona sem o nosso trabalho! Se eles continuarem a nos sacanear, nós vamos apagar o Brasil! ”, finalizou o presidente.

Dia 22 - Está mantida, de todo modo, a ação concentrada das Centrais em Brasília, dia 22, quando as entidades tratarão das reformas com os presidentes da Câmara e Senado e também as lideranças partidárias.

Com Conteúdo da Agência Sindical e Assessoria.

Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2017
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